O cálculo da ancoragem das armaduras positivas nos apoios extremos de uma viga é, de certa forma, trabalhoso e com muitos, muitos casos particulares. No programa que dimensiona a flexão positiva do Vigas, diria que metade das linhas de programação trata exclusivamente das ancoragens em apoios extremos.
Temos muitos pontos a analisar nesta ancoragem tais como:
- Largura do apoio;
- Diâmetro das barras longitudinais a ancorar;
- Armadura necessária que deve chegar no apoio para equilibrar a biela de compressão;
- Número de camadas das barras;
- Raio minimo de dobramento das barras;
- Número de barras longitudinais existentes para a flexão;
- Cobrimento ;
- fck;
- etc, etc, etc.
Em função dos fatores acima, em alguns casos torna-se impossível realizar o cálculo da ancoragem das barras longitudinais nos apoios extremos. Vou citar um caso clássico:
– O apoio extremo da viga é curto. O diâmetro da barra longitudinal é grande ( fi de 20 mm, por exemplo). A condição da largura do apoio (descontando o cobrimento) ser maior do que o valor (raio de dobra + 5.5 fi), NBR 6118, não pode ser atendida.
Com o impasse acima, temos duas opções:
- ou aumentamos a armadura longitudinal da viga com barras adicionais de menores diâmetros de tal forma que a condição acima possa ser obedecida
- ou, caso mais aconselhável, adicionamos armaduras longitudinais de menores diâmetros com dobras no plano horizontal.
Esta solução de dobra na horizontal é a famosa solução com “grampos”. Uma grande vantagem dela é que com o grampo em forma de “U” podemos contar para a ancoragem com os dois trechos do “U”. Como a dobra da armadura é feita na horizontal, fugimos da condição restritiva acima descrita (raio de dobra + 5.5 fi). Evidentemente que esta armadura deve ser disposta de forma conveniente para chegar até o extremo do apoio, ficando “por fora” dos ferros longitudinais.
Fonte: TQS Informática.
Prof. Rangel Costa Lage
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Campinas-SP